Fundado em 4 de junho de 1887, o Cemitério do Araçá é uma das necrópoles mais antigas e emblemáticas da cidade de São Paulo. Surgiu da necessidade de uma nova necrópole devido à superlotação do Cemitério da Consolação e para atender à crescente comunidade de imigrantes italianos, que precisava de um espaço específico para seus entes queridos.

Inicialmente uma alternativa mais acessível para esse segmento emergente da população, o Araçá transformou-se ao longo dos anos em um cemitério mais elitizado, abrigando mausoléus de importantes e tradicionais famílias paulistanas ligadas à cultura cafeeira.

O nome Araçá foi escolhido devido à antiga Estrada do Araçá, atual Avenida Doutor Arnaldo, indicando a presença dessa árvore na região.

O Cemitério do Araçá ocupa uma área de 221.475,16 m² nos bairros de Pinheiros e Pacaembu, sendo conhecido por sua beleza arborizada e seu vasto acervo de esculturas em túmulos, incluindo anjos, serafins e querubins de mármore e bronze.

Além de ser um local de descanso final para importantes figuras da história brasileira, como políticos, empresários e artistas, o Araçá abriga o mausoléu da Polícia Militar do Estado de São Paulo, onde estão sepultados policiais que perderam suas vidas em serviço.

Ossário Geral e História Contemporânea

O cemitério também é conhecido por seu Ossário Geral, que abrigava anteriormente ossadas de mortos e desaparecidos políticos encontrados em vala clandestina de Perus, distrito de São Paulo. Em 2016, essas ossadas foram transferidas para o Centro de Arqueologia e Antropologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF/Unifesp) para análise e identificação.

O Araçá teve sua história marcada por eventos como a invasão do ossário em 2013 durante um ato inter-religioso, onde houve depredação e espalhamento de ossadas. Esse episódio reflete a sensibilidade histórica e política que permeia o cemitério, onde o passado e o presente se entrelaçam.